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segunda-feira, 21 de julho de 2008

PROGRAMAÇÃO DE TV E RÁDIO 21/JULHO

Por Granger Ferreira

11h15 - Copa do Mundo Fut. de Areia - El Salvador x Ilhas Salomão
12h45 - Copa do Mundo de Futebol de Areia - Senegal x Irã
19h20 - Liga Futsal - Tubarão x Carlos Barbosa

SPORTV2
09h45 - Copa do Mundo de Futebol de Areia - Portugal x Itália
11h00 - SporTV Repórter 12h00 - Tênis: Masters Series – Toronto
14h15 - Copa do Mundo de Futebol de Areia - França x Uruguai
15h00 - Tênis: Masters Series – Toronto
16h00 - Tênis: Masters Series – Toronto
18h00 - Tênis: Masters Series – Toronto
20h00 - Tênis: Masters Series – Toronto
22h00 - Tênis: Masters Series - Toronto

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A CAMINHO DE PEQUIM

FALTANDO 17 DIAS

1956
Em Melbourne, Adhemar vira lenda olímpica brasileira


Em 1956, quando Adhemar Ferreira da Silva saltou 16,35 m na final do salto triplo, bateu um recorde que perduraria pelos próximos 48 anos. A marca não foi a melhor do mundo à época, nem mesmo a melhor da carreira do saltador. Mas foi com ela que Adhemar chegou ao bicampeonato olímpico, feito só igualado por brasileiros nos Jogos de Atenas, em 2004, pelos velejadores Torben Grael e Robert Scheidt e pelos jogadores de vôlei Maurício e Giovane.

O atleta paulista foi o único destaque do Brasil nas Olimpíadas de Melbourne. Com a distância, o alto custa da viagem e o cenário internacional incerto, apenas 48 brasileiros disputaram os Jogos. Em Helsinque-1952, a delegação verde-amarela teve 107 representantes.

Adhemar foi o único brasileiro a ganhar uma medalha em Melbourne. Como campeão olímpico em 1952, ele tinha quebrado o recorde mundial da prova em 1955, com a marca de 16,55 metros, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México. Em 1956, o brasileiro superou o islandês Vilhjalmur Einarsson, com a marca de 16,35m. A marca, 15 cm a menos do que seu recorde pessoal, era o novo recorde olímpico.

Dois anos mais tarde, em 1958, Adhemar mostrou seu lado artístico, atuando no filme Orfeu Negro. Ele ainda foi escultor, professor de educação física, formou-se em direito e licenciou-se em relações públicas. Falava fluentemente cinco idiomas e chegou a trabalhar na embaixada do Brasil na Nigéria. Morreu no dia 12 de janeiro de 2001, aos 73 anos, vítima de diabetes.

O Brasil ainda levou outra lenda do esporte para a Austrália. Éder Jofre, o primeiro boxeador brasileiro campeão mundial, chegou perto da medalha. O paulista foi derrotado nas quartas-de-final, por pontos, pelo chileno Cláudio Barrientos, na categoria galo.

Clima político tenso
Na primeira Olimpíada do Hemisfério Sul, fora do eixo Europa-América do Norte, o Comitê Olímpico internacional violou pela primeira vez a carta olímpica. A lei australiana impôs uma quarentena de seis meses a todo cavalo procedente de outro país. O COI decidiu, então, mandou para Estocolmo, na Suécia, as provas de hipismo.

Os problemas dos Jogos, porém, não pararam aí. O contexto político internacional da época era preocupante. A intervenção franco-britânica no canal de Suez (Egito), o segundo conflito árabe-israelense, a violência na África do Norte, motivada pelas lutas pela independência, e a intervenção dos tanques soviéticos em Budapeste criaram dúvidas sobre a disputa dos Jogos.

Egito, Iraque e Líbano boicotaram os Jogos em protesto pelo conflito árabe-israelense. Israel enviou uma delegação de três atletas, por causa da convocação para servir o exército. Holanda, Espanha e Suíça não foram aos Jogos para protestar contra a invasão à Hungria. A China popular não participou por causa da presença de Formosa (atual Taiwan).

A intervenção soviética na Hungria causou tanta revolta que, no pólo aquático, membros das equipes soviética e húngara trocaram socos dentro da piscina. O jogo precisou ser suspenso quando a Hungria vencia por 4 a 0 e a polícia entrou em cena. Nesse cenário, a União Soviética terminou pela primeira vez na frente dos Estados Unidos no quadro de medalhas (98 a 74 no total).

1960
Após 52 anos da erupção do Vesúvio, Roma recebe seus Jogos

A decepção de 1908, quando Roma teve de abdicar de organizar os Jogos Olímpicos por causa da erupção do Monte Vesúvio aumentou ainda mais a importância dos Jogos de 1960. Para celebrar a volta das Olimpíadas, os italianos usaram seus principais pontos turísticos para receber provas.

A chegada da Maratona, por exemplo, foi no Arco de Constantino. A competição de luta livre, na Basílica de Constantino, nas ruínas do Forum Romano, e a ginástica, nas Termas de Caracala. Tudo para lembrar que Roma recebeu as Olimpíadas da antigüidade, até a proibição do imperador Teodósio em 393.

Apesar da opção pelo clássico, Roma investiu para organizar a competição. Para construir novas instalações e infra-estrutura necessárias, o comitê organizador gastou US$ 30 milhões. O aeroporto internacional de Fiumicino, por exemplo, foi construído para os Jogos.

Os belos cenários dos Jogos marcaram também a primeira edição olímpica com transmissão mundial pela televisão. A rede inglesa Eurovision transmitiu 93 horas e 40 minutos de programação. Cerca de 100 canais exibiram imagens para a Europa, ao vivo para 18 países.

Foi também a primeira vez que uma Olimpíada foi retransmitida para os Estados Unidos. A rede ABC pagou 400 mil dólares pelos direitos, mas imagens chegavam com atraso, já que as fitas de vídeo eram enviadas de Roma para Nova York por avião.

Campeões mundiais ficam com bronze

Com Adherma Ferreira da Silva já em declínio nas pistas, mas presente na delegação, a grande estrela do time brasileiro foi a seleção de basquete do técnico Kanela, campeã do mundo de 1959. Considerada por muitos o melhor time de basquete do Brasil de todos os tempos, a seleção era formada por Algodão, Amaury, Wlamir, Mosquito, Édson, Fernando, Jathyr, Rosa Branca, Sucar, Moyses, Waldemar e Waldyr.

Embalados pelo título do ano anterior, a equipe deu ao basquete brasileiro sua segunda medalha de bronze na história com uma bela campanha. Em oito jogos, venceu seis e perdeu apenas duas vezes. Na primeira fase, o time treinado por Kanela ganhou todos os seus jogos, inclusive da poderosa União Soviética (58 a 54).

No quadrangular final, no entanto, os soviéticos deram o troco com vitória apertada (64 a 62). O resultado deu à URSS a medalha de prata. O ouro ficou com os Estados Unidos, que derrotaram o Brasil por 90 a 63.

Já sem o brilho do bicampeonato, Adhemar não chegou às finais. Sua despedida das Olimpíadas, porém, foi marcante: ele foi ovacionado pela torcida italiana após a sua última tentativa na fase classificatória no salto triplo.

Na natação, o Brasil conquistou sua segunda medalha de bronze com Manoel dos Santos, na prova dos 100 metros livre. A medalha só não foi outra por causa de 0s2. O nadador paulista liderou durante boa parte da prova, mas foi ultrapassado pelo australiano John Devitt e pelo norte-americano Lance Larson na reta final.

1964
Olimpíada comprova o renascimento japonês

Fora da Europa, nenhum país sofreu tanto com a Segunda Guerra Mundial quanto o Japão, atingido por duas bombas nucleares norte-americanas. Depois de 19 anos da bomba de Hiroshima, os japoneses usaram as Olimpíadas para provar que estavam renascendo.
Em 1964, os Jogos foram disputados pela primeira vez no continente asiático. Tóquio já tinha sido eleita como sede olímpica de 1940, mas a capital japonesa desistiu em 1937, por causa do início da guerra contra a China. Em 1959, a cidade voltou vencer as eleições do COI, para os Jogos de 64.

Foram investidos US$ 3 bilhões na construção de complexos esportivos, na infra-estrutura e no sistema de transporte da cidade, na época com mais de 10 milhões de habitantes. Grande parte desse valor veio da ajuda dos Estados Unidos, ainda em dívida com os japoneses pelos danos causados durante a Guerra.

As mais importantes construções estavam o Estádio do Judô e o Estádio Olímpico, projetado no estilo dos tradicionais templos japoneses. O último ficou lotado na cerimônia de abertura: como símbolo do renascimento japonês, o último a carregar a tocha olímpica foi Yoshinori Sakai, de 19 anos, nascido em Hiroshima em 6 de agosto de 1945, dia da explosão da bomba atômica.

Tóquio-64 também marcou o renascimento olímpico dos EUA. Após duas derrotas no quadro geral de medalhas para a União Soviética, os norte-americanos não pouparam esforços e terminaram à frente dos soviéticos em medalhas de ouro (36 a 30). A URSS, porém, conquistou mais medalhas (96 a 90).

Nuzman, Wlamir, Amaury, Feola e só uma medalha
Nos Jogos Olímpicos do Tóquio-1964, o Brasil enviou uma delegação menor do que na Olimpíada anterior, mas com alguns nomes importantes do esporte nacional. O time de vôlei, 7º colocado, por exemplo, tinha Carlos Arthur Nuzman, que 31 anos depois assumiria a presidência do Comitê Olímpico Brasileiro.

No futebol, Vicente Feola, que foi campeão da Copa do Mundo de 1958, comandou uma seleção de amadores. No hipismo, Nelson Pessoa foi quinto colocado nos saltos - seu filho, Rodrigo Pessoa, conquistaria o título olímpico em 2004.

A única medalha veio com o time de Wlamir Marques e Amaury Passos no basquete. Agora bicampeões mundiais (venceram o Mundial em 59 e 63), seleção brasileira ficou com o bronze pela segunda seguida - 3ª na história das Olimpíadas.

A equipe brasileira, treinada por Kanela, era muito parecida com a que disputou Roma-60. O núcleo era formado por Amaury, Wlamir, Mosquito, Rosa Branca, Jathyr, Edson Bispo e Sucar, além dos novatos Ubiratan, Friedrich Wilhelm Braun, Victor Mirschawka, Sérgio Machado e Edvar Simões. O time fez uma boa campanha na competição, vencida pelos EUA, com seis vitórias e três derrotas. Na disputa pela medalha de bronze, o Brasil derrotou Porto Rico por 67 a 60.

No atletismo e na natação, modalidades em que os brasileiros mantinham regularidade na conquista de medalhas, passaram em branco. Aída dos Santos foi a única brasileira na Olimpíada de Tóquio e, sem treinador, terminou em quarto lugar no salto em altura, passando da marca de 1,74m.

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