Não há nada perdido para o Flu, mas precisa jogar mais.

Por Rodrigo Alvim

O Fluminense mais uma vez não jogou bem e, desta vez, não teve tanta sorte ao seu lado. Perdeu o primeiro jogo da final da Libertadores por 4 a 2, em Quito, e precisa de uma vitória por três gols de diferença para levar a taça. Em caso de vitória por dois gols, o jogo vai para prorrogação e depois pênaltis. Apesar do placar adverso digo, com toda certeza, o Flu saiu no lucro. O time não jogou nada. Sem a bola nos pés o tricolor dava muito espaço para a LDU. A marcação estava muito recuada, fora as coberturas mal feitas. Com a bola os pés, o time mais uma vez não produziu o que se espera. O mais interessante é que a equipe da LDU deixa jogar e também falha horrores na marcação, mas o Flu não conseguia armar. O Conca estava sozinho para fazer isso. Não gosto do Thiago Neves jogando mais na frente. Gosto dele jogando mais recuado, armando e puxando o jogo de trás. Inclusive, acho que no jogo de volta o Renato Gaúcho vai fazer isso: Entra Dodô no lugar de Cícero, para fazer o ataque com o Washington, e o Thiago Neves joga mais recuado ajudando o Conca.
Agora, certo mesmo, é o time do Flu precisa jogar. Fazer dois gols na LDU não é nada difícil em um jogo comum. Mas estamos falando de uma final em que o time adversário vai valorizar a posse de bola, cair toda hora no chão, catimbar, e por aí vai. O Renato precisa entender que o Flu precisa de motivação, mas também precisa de estratégia, de jogada ensaiada e não somente tentar resolver o jogo na qualidade dos seus jogadores. Você, leitor, pode reparar que os gols da LDU foram de jogadas treinadas. Eles fizeram as mesmas jogadas várias vezes na partida e, pelo menos três delas, resultaram em gols. No final do jogo, o Fernando Henrique ainda operou um milagre em uma movimentação do ataque exatamente igual a do primeiro gol equatoriano.
Acho que a minha grande desconfiança no Fluminense, e de grande parte da torcida tricolor, não é a dificuldade em reverter o placar, e sim, no time jogar bem, coisa que não faz algum tempo, mesmo passando pelo São Paulo e pelo Boca Juniors, nas fases anteriores.
De qualquer forma, o título está em aberto. O time da LDU não é essa coisa toda e o Flu é melhor, tem jogadores de mais qualidade. Agora, somente na próxima quarta-feira, com as duas equipes em campo, é que vamos saber se essa qualidade vai finalmente fazer do Flu uma equipe para os 90 minutos de partida, ou um time de lampejos.