A seleção do Dunga - Parte III

Por Rodrigo Alvim

O Brasil teve mais vontade. E só. Nada mais do que isso. O time brasileiro, conforme já vinha falando, não tinha jogadores para fazer o meio de campo jogar nessas partidas. Sem os meias para apoiar, o ataque não produz. Além disso, tem gente em melhor fase do que Maicon e Gilberto por aí. Na zaga também erramos, principalmente na cobertura. No jogo de hoje contra a Argentina deu pena ver o Gilberto Silva se arrastando em campo. A verdade é que uma vitória brasileira no jogo de hoje seria injusta contra a Argentina, que jogou com inteligência, ocupando e diminuindo sempre os espaços dos jogadores brasileiros, e não deixou de atacar quando tinha a posse de bola.
Não acho que esse será o último ato de Dunga na seleção, apesar da torcida mineira já ter dado adeus a ele durante o jogo. Mas ele terá que mudar o seu conceito sobre alguns jogadores e, tão importante quanto isso, definir como a nossa seleção tem que jogar. Eu vi o Diego, que tem a função de armar, marcando argentino quase dentro da nossa área. Os laterais, em péssima fase, não recebem apoio para tabelar. O Robinho tentou por vezes fazer isso com o Gilberto, mas sem sucesso. O resultado dessa desorganização tática, são três jogos sem fazer gols. E tem mais, do que jeito que esse time tá jogando errado, pode jogar mais dez partidas e vai continuar sem marcar.
A verdade é que sem Kaká e Ronaldinho Gaúcho, o Brasil fica uma equipe comum e, pior, sem lampejos de talento para resolver um jogo em que a seleção está mal. E, volto a dizer, o Dunga preencheu erradamente o desfalque dos dois na sua convocação e não deu oportunidade a jogadores em melhor momento. Deu no que deu.
O próximo desafio de Dunga e da seleção é a Olimpíada, competição que já derrubou técnico por aí. Inclusive, domingo tem jogo contra a seleção carioca. Abre o olho, Dunga!